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‘Microgeladeira’ consegue manter temperatura ideal para vacinas e órgãos por até 30 dias; aos 22 anos, criador do isobar é finalista em prêmio de tecnologia
Espécie de microgeladeira de vacinas%2C o isobar consegue manter a refrigeração entre 2ºC e 8ºC por até 30 dias, segundo criador
Foto: Universidade de Loughborough
Um estudante da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, criou uma espécie de microgeladeira de vacinas que tem o potencial de salvar 1,5 milhão de vidas por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Criado por William Broadway, o aparelho, que de tão pequeno pode ser carregado na mochila, lhe rendeu uma vaga entre os finalistas de um dos prêmios de tecnologia mais prestigiados do mundo, o James Dyson 2016, organizado pela instituição homônima para incentivar jovens designers a solucionar problemas cotidianos.
Vacinas precisam ser mantidas entre 2º e 8ºC para serem eficazes. E o refrigerador criado por Broadway consegue manter essa temperatura de forma constante por 30 dias. O Isobar também poderia ser usado para proteger órgãos doados, transplantes de sangue e células-tronco.
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“Nenhum problema é grande demais, e muitas vezes, as soluções mais simples são as melhores”, disse certa vez James Dyson, o engenheiro britânico que inventou o primeiro aspirador de pó sem saco coletor.
Broadway teve ideia semelhante ao desenvolver o conceito por trás do Isobar. A invenção não é especialmente complexa, mas graças ao enfoque prático poderia solucionar um problema que causa milhares de mortes por ano: o risco de que as vacinas não cheguem ao seu destino a tempo em países em desenvolvimento.
“As vacinas chegam quase até o fim do caminho, mas, no último quilômetro, os canais de distribuição e logística se rompem”, afirmou Broadway.
Como funciona?
Estudante William Broadway%2C da Universidade de Loughborough%2C no Reino Unido%2C diz que não tem a pretensão de patentear sua ideia
Foto: Arquivo pessoal
Segundo Broadway, seu aparelho deve ser aquecido durante uma hora para ser carregado. O Isobar possui uma mistura de água e amoníaco, e o amoníaco evapora primeiro. O aparelho então retém o amoníaco, que permanece preso à parte superior do recipiente, e, quando dá voltas no dispositivo, se “reevapora” na água.
Dessa forma, quando as duas substâncias se misturam novamente, obtém-se o efeito refrigerador.
“Chama-se (efeito) higroscópico, e proporciona uma refrigeração muito potente”, disse Broadway.
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O efeito também faz com que a temperatura fique estável, o que é uma característica fundamental da invenção.
Como surgiu a ideia?
Broadway conta que teve a ideia para a criação do Isobar durante uma viagem para surfar no México.
“Durante a viagem de cinco dias, tínhamos 13 quilos de gelo. E pensei: será que existem alguma forma que nos permita utilizar essa energia de maneira adequada?”.
Foi então que ele passou a analisar métodos de refrigeração antigos e descobriu um deles, usado por agricultores rurais sem acesso a eletricidade. “Foi aí que surgiu a ideia”, disse.
Qual é o modelo de negócio?
Broadway está orgulhoso de sua criação, mas não quer criar uma patente. “Sinceramente, não tenho interesses comerciais pessoais”, afirmou.
Ele recebeu mais de US$ 2,6 mil (R$ 8,6 mil) para fabricar os primeiros protótipos, e no próximo dia 26 de outubro vai competir com os demais finalistas do Dyson pelo prêmio internacional, avaliado em US$ 40 mil (cerca de R$ 130 mil).
“Ganhar o prêmio me daria confiança para desenvolver minha invenção. E poderia ter um grande impacto e beneficiar milhares de pessoas”, afirmou.
Um dos jurados da competição, o empreendedor Jack Lang, afirmou que o Isobar “é uma invenção brilhante e resolve um problema real”, além de ser “um sistema completo e muito bem pensado”.
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