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Estado já tem 110 casos suspeitos da doença, cuja transmissão ocorre por picada de mosquito; secretaria recomenda que a população tome as vacinas
Orientação do governo de Minas Gerais é para que a população fique atenta ao calendário de vacinação contra a doença
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil – 27.1.2008
O governo de Minas Gerais decretou estado de emergência em saúde pública nas áreas de abrangência das unidades regionais de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni. O motivo é o registro de casos de febre amarela nesses locais. O decreto foi publicado nesta sexta-feira (13) pelo governador Fernando Pimentel (PT). Ao todo, são 152 municípios afetados.
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O decreto assinado pelo governo de Minas Gerais autoriza a adoção de medidas administrativas com o objetivo de conter a doença, além de agilizar processos para aquisição pública de insumos e materiais necessários para a execução das ações de profilaxia. Permite também contratar serviços considerados necessários – em alguns casos, sem licitação. Fica liberada ainda a contratação de funcionários temporários.
O texto publicado no Diário Oficial considera que “a febre amarela é uma doença de potencial epidêmico e elevada letalidade”. Em boletim epidemiológico divulgado na última quinta-feira (12), a secretaria de Saúde informou que o número de casos suspeitos em 2017 no Estado chega a 110.
Desse total, 20 são tratados como casos prováveis, cujos pacientes apresentaram exame laboratorial preliminar positivo. Entretanto, a confirmação final depende da investigação de outros fatores. Os outros 90 episódios ainda estão sendo analisados. O governo mineiro também informou que, dos 30 óbitos suspeitos, dez já são considerados prováveis.
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O decreto também cria uma sala para monitoramento das ações administrativas. Além da secretaria de Saúde, participarão desses trabalhos outros órgãos, como a secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.
Imunização
A secretaria de Saúde orienta a população para que mantenha em dia a vacinação contra febre amarela, disponibilizada gratuitamente nos postos de saúde por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). A aplicação ocorre em dose única, mas deve ser reforçada após dez anos.
No caso de recém-nascidos, é administrada uma dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos. Nas regiões afetadas, entretanto, como se trata de uma situação atípica e que inspira cuidados, bebês com 6 meses estão recebendo duas doses com intervalo de 30 dias.
A doença é causada por um vírus da família Flaviviridae e ocorre em alguns países da América do Sul, da América Central e da África. No meio rural e silvestre, é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Já em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e febre chikungunya.
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De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. Até o momento, todos os casos suspeitos em Minas Gerais são considerados de transmissão silvestre.
* Com informações da Agência Brasil
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