Restringir a circulação se torna necessário no momento, para evitar o colapso dos serviços de saúde do país, que estão funcionando além de sua capacidade.
O Brasil vem batendo recordes diários de mortes por coronavírus nas últimas 24 horas. Somente ontem (03.03.2021) foram 1.840 óbitos.
Temos atualmente 16 estados mais o Distrito Federal com uma média móvel (média de casos novos e óbitos nos últimos 14 dias) elevada e aumentando rapidamente.
Para conter o avanço da pandemia, que atinge seu pior momento, vários estados estão adotando medidas de restrição de circulação. No estado de São Paulo, que ontem chegou aos 60 mil óbitos desde o início da pandemia, o governador João Dória colocou todo o estado na fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo, por um período de 15 dias. Só poderão funcionar serviços essenciais, como hospitais, farmácias, supermercados, padarias, etc. Escolas seguirão abertas.
Essas medidas, infelizmente, se tornam necessárias para evitar o colapso completo dos serviços de saúde do país, que estão funcionando além de sua capacidade em muitas cidades.
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Só para se ter uma ideia da gravidade da situação, não há mais vagas disponíveis para pacientes de covid-19 em pelo menos 16 hospitais da rede pública da cidade do Rio de Janeiro.
Porto Alegre, por exemplo, já ultrapassou 100% da ocupação nas UTIs e o estado encontra-se em bandeira preta, isto é, com risco altíssimo de contágio.
O Hospital Moinhos de Vento, o maior da rede privada da cidade, decidiu alugar um contêiner refrigerado para colocar os corpos de pacientes mortos por covid-19. A medida é preventiva, considerando que pode haver atraso nas retiradas dos corpos pelas funerárias, que tem acontecido em outros locais.
O estado do Ceará está com quase 90% das vagas de UTI ocupadas. Goiás teve recorde de mortes em 24 horas. Foram 169 óbitos em um único dia.
Em Porto Velho, Rondônia, 7 dos 8 hospitais com leitos de UTI para pacientes com covid-19 estão com 100% de ocupação.
A situação é grave, pois não faltarão leitos somente para pacientes com covid, mas também para pacientes acidentados, vítimas de infarto, derrame e outras enfermidades que necessitam de atendimento de urgência.
Por isso, se possível, fique em casa o máximo de tempo que puder. Vamos passar por períodos turbulentos nas próximas semanas.
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