Findbay Fitness

Saúde, nutrição, bem-estar e fitness em um só lugar.

Pela primeira vez, EUA aprovam uso de medicamento à base de maconha

iG São Paulo

Epidiolex será usado para tratar duas formar raras e severas de epilepsia; para FDA, aprovação é considerada um avanço médico importante

Medicamento à base de maconha terá quantidade de CBD purificado, com apenas traços residuais de THC

Medicamento à base de maconha terá quantidade de CBD purificado, com apenas traços residuais de THC

Foto: shutterstock

Os Estados Unidos aprovaram, pela primeira vez, um medicamento à base de maconha. A aprovação da Food and Drugs Administration (FDA), órgão que regula medicamentos e alimentos no país, anunciou nesta segunda-feira (25) a novidade.

Leia também: Nos EUA, Nova Jersey amplia uso de maconha para tratar ansiedade e dor de cabeça

O medicamento à base de maconha é o Epidiolex, usado para tratar duas formas raras e severas de epilepsia: síndromes de Lennox-Gastaut e Dravet. O produto poderá ser utilizado em em pacientes com 2 anos de idade ou mais.

Em nota, a FDA destacou que a aprovação do remédio demonstra como o avanço da pesquisa científica sólida para investigar ingredientes derivados da maconha pode levar a terapias importantes.

“Este é um avanço médico importante. Mas também é importante notar que isso não é uma aprovação da maconha ou de todos os seus componentes. Esta é a aprovação de um medicamento específico à base de CBD [canabidiol] para um uso específico. E foi baseado em ensaios clínicos bem controlados avaliando o uso do composto no tratamento de uma condição específica”, diz a nota da entidade.

A FDA destacou ainda que o remédio constitui uma forma purificada de canabidiol, a ser entregue aos pacientes em forma de dosagem confiável no intuito de garantir que as pessoas em tratamento obtenham os benefícios esperados. “É assim que a ciência médica sólida avança”, concluiu o órgão.

A solução oral contém CBD altamente purificado, que é um entre as dezenas de produtos químicos que a planta da maconha apresenta. O órgão regulamentador salienta que a substância contém apenas traços residuais do THC, que é o elemento responsável pelo teor psicoativo da maconha, e não induz a euforia.

A empresa que está fabricando o remédio nos EUA é a Greenwich Biosciences, subsidiária americana da GW Pharmaceuticals. A companhia agora está testando outros tratamentos com CBD para glioblastoma e esquizofrenia.

Medicamento à base de maconha também é liberado em Portugal

O parlamento português decidiu, no último dia 15, aprovar o uso da maconha com finalidade medicinal. A decisão, que muda toda a legislação medicinal do país, acontece no mesmo dia em que a seleção de Portugal estreia na Copa do Mundo – o que a coloca como uma nação em foco neste dia.

Apesar do uso medicinal da maconha ter sido aprovado pelo parlamento, o cultivo da droga para uso próprio continua proibido.

Essa iniciativa, que foi originada de dois projetos de lei – um do Bloco de Esquerda (BE) e outro do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) –, contou com o apoio do Partido Socialista (PS) e recebeu votos favoráveis de quase todos os outros partidos, exceto do Partido Popular (CDS-PP) que se absteve.

Para serem comercializados, os medicamentos precisarão de autorização prévia da Infarmed, que é a autoridade portuguesa na questão de produtos de saúde. Além disso, o governo de Portugal fica autorizado a produzir medicamentos, através do Laboratório Militar.

A nova lei, que entra em vigor no dia 1º de julho, normatiza, inclusive, que o Estado deve estimular a investigação científica nessa área. Além disso, a legislação agora determina que a cannabis só poderá ser consumida de forma medicinal, com receita médica e comprada em farmácias.

Remédios com canabidiol no Brasil

Mevatyl, como é vendido o remédio à base de maconha no Brasil, é  aprovado em outras 28 nações com o nome de Sativex

Mevatyl, como é vendido o remédio à base de maconha no Brasil, é aprovado em outras 28 nações com o nome de Sativex

Foto: Divulgação

Por aqui, o uso de maconha medicinal ainda é uma questão delicada. No início de 2017, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, pela primeira vez, o registro de um medicamento à base de maconha no País . O Mevatyl é indicado para o tratamento de espasticidade – alteração no tônus muscular – relacionada à esclerose múltipla.

À base de Cannabis Sativa, uma espécie de maconha, o medicamento já tinha registro em outros 28 países, como Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Suíça e Israel. Segundo a Anvisa , ele é destinado a “pacientes adultos não responsivos a outros medicamentos antiespásticos e que demonstram melhoria clinicamente significativa dos sintomas relacionados à espasticidade durante um período inicial de tratamento com o Mevatyl”.

Estudos clínicos apontam que a ocorrência de dependência com o seu uso é improvável. O remédio, ainda assim, será comercializado com tarja preta, sendo necessário apresentar a prescrição médica para realizar a compra.

Ainda assim, a regra para importação de medicamentos com canabidiol, ou maconha , como são chamados popularmente, continua igual, de acordo com o regulamento da Anvisa.

Leia também: Califórnia lança bebida à base de maconha para uso medicinal

Uso de maconha para fins medicinais

Apesar das aprovações, um novo estudo divulgado há um ano revelou que um quarto dos pacientes com câncer nos Estados Unidos recorreu a uso de maconha para complementar seu tratamento. De acordo com uma enquete feita com americanos – onde a maconha é legalizada parcialmente em alguns estados – 25% apostaram na erva, como uma solução terapêutica no ano de 2016.

Porém, segundo os pesquisadores, o dado mais alarmante não é esse. Estima-se que 75% dos pacientes admitiram que, independente do uso ou não, estão interessados em saber mais sobre os prós e contras da maconha na terapia para combater alguns sintomas causados pela doença, mas a maioria está buscando essas informações em fontes que não são oficiais, em vez de perguntar aos médicos.

Segundo os especialistas, esse hábito pode trazer consequências perigosas aos pacientes. Os autores do estudo alertam que consultar pessoas fora da área médica, ou sites e documentos sem nenhuma credibilidade sobre o uso da droga pode ser muito arriscado.

Apesar de estarem interessados em dados sobre o assunto, poucos teriam coragem de se abrir para seus médicos sobre isso. “Os pacientes com câncer desejam, mas não estão recebendo informações de seus médicos sobre o uso da droga durante o tratamento, muitos deles estão buscando esses dados em fontes alternativas não científicas”, ressaltou um dos líderes da pesquisa, Steven Pergam.

Os relatos são avaliados em um momento em que os consumidores estão observando de perto o mercado da substância, tendo em vista que, atualmente, a erva é legalizada em 30 territórios dos EUA.

Preocupados, os estudiosos que elaboraram o relatório estão pedindo uma mudança social na forma como a droga é vista pela população e pedem aos médicos de pacientes com câncer que possam alertar em seus consultórios sobre o uso da erva.

“Se não educarmos nossos pacientes sobre esse tema, eles continuarão a obter suas informações em outro lugar”, afirmou Pergam. Ele ainda advertiu que a substância poderia ser perigosa para alguns pacientes com câncer, por isso é importante que eles se sintam confortáveis ​​falando com profissionais médicos sobre isso.

*Com informações da Agência Brasil

Leia também: Cerca de 250 milhões de pessoas usaram algum tipo de droga em 2015, diz ONU

Saúde: bem-estar, dicas de alimentação, dieta e exercícios – iG

Pela primeira vez, EUA aprovam uso de medicamento à base de maconha

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para o topo